terça-feira, 12 de maio de 2015

O Rio da Vida



A idade avança, e com ela os problemas inerentes, a uma vida fatigada e já longa, que nos vai empurrando para o abismo.
Não quero!
Deixa de me empurrar!
Não percebes que ainda luto?
Será que não vês como ainda resisto!

De fora, vendo o que os olhos não querem ver!
Cabe-me apenas conforta-los, com o meu apoio e com meu amor.
Não podendo deixar transparecer,
a minha total ineficácia...para o que lhes está acontecer.

Tentam agarrar o pedaço de tronco que passa por eles na corrente do Rio da Vida,
com a certeza do que já foram,
e a incerteza de como acabam.

Mas eles, com a sua gloriosa velhice,
apenas querem que alguém lhes dê atenção,
carinho, que os oiça e entenda,
e por vezes...lhes estenda a mão.

É esta a missão que nos cabe!
Não esquecendo porém, de instruir aqueles que mais tarde, terão o desafio,
de nos substituir nas margens deste Rio.

 Autor: Paulo Ruela

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